segunda-feira, dezembro 31, 2007

The Final Countdown

Estamos em contagem decrescente para 2008!

Vamos acolher o novo ano da forma mais Urbano-Depressiva (e pirosa) possível.


Europe - The Final Countdown


Bom ano! Boas entradas! Melhores saídas! Muita saúde e propriedades!

domingo, dezembro 30, 2007

O mito e a passagem de ano


Qual Sísifo a empurrar a pedra até ao cimo da montanha, assim nos arrastamos urbano-depressivamente até à noite de 31 de Dezembro para que tudo recomece de novo. Prefiro acreditar que sou eu a lançar a pedra ao invés de ser ela rebolar por qualquer desígnio dos deuses. Porém sei que tudo será sempre uma grande repetição. Será que algum dia a pedra se manterá no cume da montanha? E que significado terá isso? O fim? O atingir do grande objectivo? É mesmo isso que queremos? Deixemo-nos de pseudo-filosofias...

O último esforço da próxima noite de 31 será subir sem elevador até a um apelidado de celeste 5.º andar. Será aqui o cume da montanha dos urbano-depressivos e será bem-vindo quem quiser atirar a sua pedra janela fora ao bater das 12 badaladas.

Por falar em atirar coisas da janela, ou da montanha, ou de cima do banco - uns querem chegar lá ao cimo, outros pensam em mandar-se cá para baixo:

sábado, dezembro 29, 2007

Um dia Suburbano-depressivo de nevoeiro


Hoje acordei bem disposto. Só podia, com o sol que irradiava pela janela. Deu-me o saudosismo e pus-me a caminho da outra margem.

E qual não é o meu espanto com o nevoeiro cerradíssimo que me deparo logo na entrada da ponte. A margem-sul é de facto um micro clima à parte! (apenas um aparte: acho que a RadaR já mudava para uma frequência melhorzinha. Queria ouvir o "Fala com Ela" e era sempre interrompido com uma porcaria de uma mensagem da RádioTaxis de Lisboa durante o meu trajecto)

Não há mal nenhum, também gosto de nevoeiro. A ponte estava limitada a 80 km/h, mas o Campeão queria esticar as rodas. Ignorei por isso o oportuno post da prevenção rodoviária que a sócia aqui colocou o outro dia. Fiz mal, é certo, mas em 15 min cheguei ao meu destino. (aquilo é que foi passar por Mercedes e BM’s!)

Mal cheguei, ouvi os habituais “agasalha-te” ou “estás tão magrinho”. Então ando eu a criar uma charmosa barriguinha de cerveja preta e dizem-me que ‘tou magrinho?! Mas almocei e gostei daquele bocadinho.

Despeço-me, pois tenho um encontro com uns amigos que há muito não os vejo. Não sem antes de receber uma pequena caixa de cartão que dizia “Boxer”. Ainda pensei que me estavam a oferecer uma qualquer edição especial do meu álbum de referência em 2007, dos The National. Afinal eram mesmo uns boxer’s.
- “Isto é para quê?”
- “Então não sabes que tens de estrear roupa interior azul no ano novo?”
- “E então não sabes que não ligo a essas superstições estúpidas? Só para chatear vou vestir umas boxer’s pretas no ano novo.”

Pouco depois, encontro-me com os tais amigos. Tomaram juízo, dizem. Agora são casados e pais de filhos. Passamos ali umas horas na palhaçada.

A conversa tinha de começar, claro, com a clássica pergunta:
- “Então passas a PA connosco?”
- “Não. Não quero sair de Lisboa.”
- “Epá! És um cortes.”
- “Cag*** não vou sair de Lisboa, já disse.”

Quer-se dizer, esta malta se é para tomar um copo num qualquer dia de semana, dizem-me sempre que não podem. Ora é por causa do puto, ora é por terem de acordar cedo, ora é por não terem dinheiro, ora é por estar frio, ora é pela unha do dedo mindinho estar encravada. Mas se é para passar a PA num desterro qualquer já estão prontos para isso. Dasse… mer** para a PA.

A divagação continuou. E falou-se de tudo. Futebol, música, mercados bolsistas, política internacional ou do assassinato da Benazir Butho no Paquistão. Têm pena da mulher, dizem-me. Até meteram uma mensagem no MSN de condolências.

Eu também tenho tanta pena que lhe deixo aqui a minha mensagem de condolências:

“Bena Bena Bena,

Estarás para sempre no meu coração.

Estás no céu a comer papas Maizena,

Cuidado… não te dê uma congestão.”


Quando será que as pessoas abrem os olhos e percebem de uma vez por todas que religião é tão só um instrumento que o demónio inventou, para que nos matemos todos uns aos outros?


Falam-me depois de uma nova máquina de fazer pão.

Olha-me para estes também! Já não basta a progenitora, os colegas mais velhos do trabalho, e vêm-me estes também com a conversa do fazer pão em casa…

Não gosto de máquinas de espécie alguma. Não as percebo. Encolhem-me a roupa, queimam-me o jantar, avariam-se quando menos espero e fazem-me perder os contactos telefónicos.

- “Já tens?” Perguntam-me.
- “Para que quero eu uma máquina de fazer pão em casa?”
- “Podes acordar de manhã e tens o pão quentinho em casa. Nem tens de tirar o pijama.”
- “Pois posso. Mas também posso acordar de manhã, lavar os dentes, descer o elevador, subir a avenida e ir à padaria compra-lo e sem me dar ao trabalho de o ter de fazer.” (convêm também vestir qualquer coisa. Acho que fazia má figura se aparecesse na padaria só de boxers.)
- “Mas podes fazer todo o tipo de pão. Integral, de mistura, de centeio, de açúcar, de batata…”
- “... de Couves. Epá! Na gosto cá dessas mariquices. Só como a tradicional carcaça. E se possível com uma bifana, mostarda e a escorrer a molhanga para fora do prato.”
- “E podes por sementes em cima do pão.”
- “Car***** pá! Isto é no mínimo abichanado. Além disso as sementes ficam encrostadas nos dentes. E já não tenho a minha unhaca para palitar os dentes.” (tenho de encomendar o Encapsulador de dedo mindinho logo que possa.)

Já estava quase a anoitecer e ainda estava um nevoeiro cerrado. O meu mote de despedida, dá-se quando começam a dialogar com o puto:

- “Oláaaaaa. Oláaaaa. Xibibi nhunnhu. Renhónhó. É a mamã! É! É pois!”

O diálogo prosseguiu por alguns minutos. Não conheço aquela linguagem. Talvez um dia venha a perceber. Não tenho jeito para miúdos embora goste desses diabretes. Mas o certo é que acho esses diálogos um pouco… vá… estúpidos.

Todas as nossas conversas foram dementes. E ainda bem. Acho que me fez bem à alma, estar ali, por muitas vezes calado, a escuta-las com toda a atenção. É sinal que todos estão bem e iguais a si próprios.

Deixo a Suburbano-Depressividade e regresso durante o lusco-fusco de fim de tarde. O nevoeiro praticamente não existia deste lado.

A ironia de tudo isto, é que chego a casa, com fome, e não há nada para o lanche. A padaria também já não tem nada. Lá tenho de ir ao supermercado mais próximo e esperar 15 min na fila só para pagar uma saca de pão.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

FF

Isto não tem particular interesse ou graça e até tornar-se-á um pouco maçudo, pelo que se não tiverem paciência, sugiro que passem já para o vídeo “lá em baixo” (e até vou colocar a letra mais "piquena" para não chatear muito).

É um pequeno relato do que me sucedeu no escritório antes do Natal e que demonstra como eu consigo ser a pessoa-mais-inocente-do-mundo-com-vis-toques-de-malvadez-à-mistura.

Perguntou-me um colega:
- “PAC, tens aí nessa tua maquineta os FF? “
- “Claro, porquê?”
- “É para colocar no leitor de mp3 da minha filha (6 anos) que lhe vou oferecer no Natal.”

A maquineta é o meu rádio/leitor mp3 que me faz isolar do mundo por longos períodos de tempo. Se assim não fosse, eu perceberia que para o comum dos portugueses minimamente atendo à nossa sociedade, FF não é o mesmo que Franz Ferdinand.

- “'Tás a falar a sério? Ela ouve isso? Mas tu conhece-los?”
- “Não. Nunca ouvi. Ela é que ouve isso nos Morangos com Açúcar e pediu-me.”
- “!? Bom… 'tá certo. Já aí tens na pasta de partilha.”

Diga-se que por coincidência o álbum que lhe acabara de passar foi o álbum homónimo dos Franz Ferdinand que converti do CD original (sim, comprei-o) para ouvir no leitor mp3 e que apenas me dei ao trabalho de nomear as faixas como “1.mp3”, “2.mp3”, “3.mp3”…

Podia ter ficado por aqui e prosseguido com o meu trabalho, mas fiquei curioso em saber que nessa série juvenil, além dos Interpol, também os Franz Ferdinand fazem parte da banda sonora. Contudo, após rápida pesquisa pela net, reparo que FF é um qualquer cantor/grupo português, daqueles que contaminam a mente dos mais novos, talvez ao estilo do que os Onda-Choc faziam no tempo em que éramos miúdos despreocupados com a vida.

E agora PAC??? Digo-lhe que afinal a pasta FF que ele acabara de sacar para o leitor da filha (ainda por cima a oferta de Natal) não é desses FF, mas dos outros FF???

Humm… é claro que não!!! A miúda que diga de sua justiça. MUHAHAHAHAAAA (1º vil toque de malvadez)



Hoje voltei ao trabalho após “mini-férias”. E até madruguei. Tinha de entrar às 9h, mas já lá estava antes das 8h. Queria lá chegar antes do meu colega, para que fosse ele a abordar-me e eu saber como reagiu a miúda à prenda de Natal. (2º vil toque de malvadez)

9h e pouco… chega o meu colega, com daqueles olhares para mim, como que a dizer literalmente “meu cabr**zorro, vingar-me-ei de ti”:

- “Então esse Natal PAC?”

Detesto que me façam estas perguntas de circunstância. Daí que respondo sempre com um frio e distante:

- “Olha mais um… Então e o teu?” (3º vil toque de malvadez)
- “Foi bom, não fosse o berreiro e a choradeira lá em casa por causa de ti. Obrigadinho oh meu!”
- “Ai sim? Então que se passou?” (4º vil toque de malvadez).
- “Não eram aqueles FF que ela queria. Aquilo era só barulheira e os outros parece que cantam em português.”
- “Oh! Pensava que FF era Franz Ferdinand pá!” (5º vil toque de malvadez)
- “Lá tive de sacar as músicas da net à pressa, senão a miúda nunca mais se calava.”
- “Olha! Tenho aqui outros FF. Foo-Fighters diz-te alguma coisa?” (6º vil toque de malvadez)
- “Vais sozinho, ou queres que te mande?”
- “Deixa lá. Dá-lhe mais 10 anos e ela depois agradece-me.” (7º vil toque de malvadez)

Como já calculava, obviamente que a miúda não gostou do que ouviu. Mas quem a pode censurar? Aos 6 anos todos nós ouvíamos coisas estranhíssimas e intragáveis. É um processo evolutivo da vida, o refinar dos nossos gostos musicais.

Mas sabem que mais? Foi muito bem feito. Quem lhe manda a ele ouvir exaustivamente a RFM e a M80? Acreditem que é uma tortura para mim ouvir isso quando fico sem bateria na minha “maquineta”. Se ele ouvisse música decente, teria descoberto que aqueles ficheiros de música que lhe dei eram da voz de Alex Kapranos e não desse FF. Toma lá, embrulha que é para oferecer! (8º vil toque de malvadez)



Franz Ferdinand - Auf Achse (live)

quinta-feira, dezembro 27, 2007

Prevenção Rodoviária


Ainda a pensar no trauma que o PAC teve por ter recebido um carro de bombeiros pelo Natal há 20 anos atrás, quero falar-vos de bombeiros.
Parece que nesta época natalícia/de passagem de ano o Governo português resolveu pagar aos bombeiros voluntários para estarem a postos para socorrer os eventuais sinistrados nas estradas portuguesas. Não sei se estão a ser bem pagos ou não, mas fartei-me de os ver nas bermas de algumas estradas por onde andei. O que vale é que em Portugal não é Verão nesta época, pois não sei se haveria bombeiros suficientes para os fogos e para os acidentes.

Questão 1 - Será de facto relevante que os nossos soldados da paz estejam de sentinela nas bermas das estradas?

Façam o favor de ouvir uma música apropriada enquanto lêm o resto:

boomp3.com

Já que falamos de prevensão rodoviária, quero questionar qual é ao certo o sentido de vermos escrito nos painéis informativos das auto-estradas coisas como "Natal de 2006 - 30 mortes na estrada" - será para os condutores se distrairem com informação desnecessária provocando acidentes para que os bombeiros voluntários possam entrar em acção e assim o nosso ministro da Administração Interna poder congratular-se por ter tido a ideia pioneira e extremamente louvável de pagar os serviços dos mesmos?
Pronto, ok, talvez estes avisos preventivos (?) não provoquem acidentes assim tão facilmente, mas que empatam o trânsito, lá isso empatam - pelo menos nas auto-estradas à saída de Lisboa. O condutor vai na sua velocidade habitual, dentro da permitida, e vê logo algo escrito no dito painel - automaticamente leva o pé ao travão mesmo antes de ler ao pensar tratar-se de um aviso de trânsito congestionado. Creio ser do senso comum que quando vários carros travam (por mínima que seja a travagem) o resultado é o indesejado congestionamento do trânsito! Já sem referir que os condutores se vão distrair com uma informação desnecessária que não os vai levar a ter uma condução mais segura...

Questão 2 - Será de facto necessário eu saber quantas mortes houve no Natal passado? Chama-se a isto prevenção?

Não posso deixar também de mostrar o meu desagrado para com outra situação rodoviária dita preventiva. Estive um destes dias mais de 15 minutos a andar a 20 km/hora (quando andava) numa auto-estrada portuguesa. Lá tive que me entreter a maquilhar-me enquanto pensava que certamente teria ocorrido algum acidente. Qual não é o meu espanto (leia-se indignação) quando constato que a causa das longas filas são nada mais nada menos que dois polícias da BT na sua pose controladora fora do carro-patrulha!

Questão 3 - O que faziam eles ali exactamente?

Ser polícia já foi uma profissão digna em tempos. Em criança tive amigos que queriam sê-lo para defender e ajudar as pessoas. O polícia era uma figura que transmitia protecção e com quem podiamos contar. No entanto, hoje acho que a polícia só serve para causar transtorno e encher os cofres do Estado com dinheiro de multas algumas vezes descabidas.
Não defendo a abolição de multas, nem nada que se pareça. Só me parece que a polícia devia fazer muito mais que passar multas e empatar o trânsito. Já nem quero referir que a alguns falta muita formação cívica.
Com este desabafo não pretendo atacar a classe da polícia em si, só fazem o que lhes mandam. Mas parece-me que devia ser feita uma revisão da sua carreira e das suas funções. O Ministério da Administração Interna é que se devia debruçar sobre isso.

Questão 4 - E só para acabar, não acham que a prevenção rodoviária tem de ser feita civicamente e ensinando as pessoas a conduzir?

Desculpem o desabafo, deixo para a próxima o tema "os portugueses não sabem fazer rotundas".

Algo da mesma forma adequado:

boomp3.com

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Nº1 de 2007


Por aqui, a maioria escolheu para nº1 de 2007 um álbum que estará fisicamente nas lojas em… 2008.

Após um rigoroso escrutínio, aqui ficam os resultados:

1. Radiohead - In Rainbows (13 pontos)

2. The National – Boxer (12 pontos)

3. The Shins - Wincing the Night Away (9 pontos)

4. Beirut - The Flying Club Cup (7 pontos)

5. Black Rebel Motorcycle Club - Baby 81 (5 pontos)

5. Blonde Redhead – 23 (5 pontos)

7. Neurosis - Given to the Rising (4 pontos)

7. Queens of the Stone Age - Era Vulgaris (4 pontos)

9. Arcade Fire - Neon Bible (3 pontos)

9. Hearts of Black Science – The Ghost You Left Behind (3 pontos)

9. Modest Mouse - We Were Dead Before the Ship Even Sank (3 pontos)

9. P.J. Harvey - White Chalk (3 pontos)

13. !!! - Myth Takes (2 pontos)

13. Editors - An End Has a Start (2 pontos)

13. Spoon - Ga Ga Ga Ga Ga (2 pontos)

13. The Mary Onettes - The Mary Onettes (2 pontos)


E o grande vencedor...


Radiohead – Reckoner (unofficial video version)

terça-feira, dezembro 25, 2007

Afinal o Pai Natal existe! (E dEUS também!)

Tenho para mim que o Pai Natal é o António Sérgio!
Já repararam bem nas barbas e na voz fofinha com que ele diz "feliz Natal" na Radar? Bom, até aqui eram só suspeitas e nem sequer perdia tempo a pensar nisso.
Mas tudo mudou nesta manhã de Natal. Para além dos presentes da noite de ontem, havia mais um embrulho ao fundo da chaminé esta manhã!... Estranho, principalmente depois de perguntar quem o tinha lá posto e ninguém saber!
Pego nele e fico assombrada quando vejo escrito no cartão "Do Pai Natal; Para os UDs"!!! Sentindo-me 25 anos mais nova abro o embrulho com todo o cuidado e fez-se luz quando vi o que continha. Automaticamente lembrei-me da minha suspeita acerca da verdadeira identidade do António Sérgio e logo fiquei certa de que ele é o Pai Natal. Ora vejam os singles em vinil com que ele nos presenteou e digam lá se não concordam comigo:

+

Haverá prenda musical mais urbano-depressiva que esta?...
A quem se referiria o Pai Natal (aka AS) quando escreveu que as prendas eram para os UDs? Alguém gostaria de receber algum destes vinis?!! Não se acanhem, manifestem-se! Deve ser para alguns de vocês...
Para o PAC não é. Aliás, aproveito este post para lhe agradecer a prenda que ele me deu no post anterior (excelente, diga-se de passagem) e quero retribuir-lhe com a minha (talvez) música preferida da banda fetiche dele:



dEUS - Instant Street

Este vídeo faz-me lembrar uma saída às 10h a.m. de um after no Cais do Sodré em que dei de caras precisamente com os senhores polícias!... A parte da coreografia é que não foi tão boa mas vou tentar treinar.

Prenda de Natal & Il Divo

É dia de Natal. Dia de paz, harmonia, altruísmo e fraternidade. Não quero contestar nada disto, apenas há uma pequena questão que me assola a alma e me mói o juízo desde as 10h. Que é a seguinte:

Como contrariar e abafar o novo disco dos Il Divo que o vizinho insiste em querer partilhar com o restante condomínio? Lembrei-me de colocar as colunas em alto som e recorrer aos primórdios do post-punk de início da década 80. Algo que em boa hora tive a oportunidade de recordar numa destas noites.

Assim, vamos ressuscitar um vídeo de muito má qualidade, mas o que interessa mesmo é o som psicadélico que debita da guitarra do grande Adrian Borland. Aqui fica em jeito de pirraça ao vizinho, em jeito de homenagem a Adrian Borland e aos maquinistas de comboio que esborracharam estrelas punk, e claro… em jeito de minha prenda de Natal.

The Sound (Adrian Borland) – Winning @ 1984


Il Divo (4 indivíduos que imitam a Mariah Carey) – Hero @ 2007


- Então querido como correu o dia hoje?
- Oh, esborrachei um punk bolachudo com o comboio.
- Esta juventude está perdida. É das músicas do demo que ouvem. Valha-nos Nossa Senhora.
- A mioleira ficou encrostada na grelha da frente. O patrão quer que limpe aquilo.
- Usa Cillit Bang. Limpa, desengordura e deixa tudo a brilhar.
- Pois isso é tudo muito bonito, mas e o jantar está pronto?
- Está quase. O que queres a acompanhar? Tinto ou branco?
- Cheio.

domingo, dezembro 23, 2007

Carta(s) ao Pai Natal

Vamos manter o espírito natalício por aqui. A pequenada anda por estes dias entretida a escrever cartas ao Pai Natal. Tempo houve em que nós também fazíamos o mesmo com um misto de muita ilusão e esperança no velhote de barbas brancas.

Não pude por isso deixar de pensar se será este ano que receberei uma prenda que há muito me está prometida. Algo que pedi ao Pai Natal há cerca de 20 anos, pese embora ache que ele não tenha percebido bem aquilo que lhe pedi à data. Em todo o caso, aqui fica essa troca de correspondência, ou tão-somente uma pequena estória de como um pequenito e imberbe rapaz perdeu a ilusão nessa figura natalícia de seu nome Pai Natal.


21 Dez 1987 (escrevo ao querido Pai Natal)
"Querido Pai Natal,
neste ano de 1987 fui um menino bem comportado e por isso mesmo queria no sapatinho algo mais do que um brinquedo ou a Minha Agenda do ano passado. Quero Um Mundo Catita só para mim, pode ser?”

"Querido PAC,
foste um menino bem comportado sim senhor. Mas o que é isso de Um Mundo Catita? Não preferes antes um carrinho de bombeiros?"


22 Dez 1987 (mantenho a minha esperança no velhote)
"Pai Natal,
não quero o carrinho de bombeiros, nem outra vez a Minha Agenda.
Quero Um Mundo Catita só para mim. Quero fazer algo de mais eloquente na vida. Quero acordar feliz e contente todas as manhãs. Quero uma pitada de amor, compreensão e responsabilidade. Quero dedicar-me de alma e coração a tudo o que me rodeia. Mas não tenhas pressa, ok? Pensa no assunto e dá-me o meu Mundo Catita por daqui a 20 anos.”

"PAC,
pede isso ao menino Jesus. A secção de paz, amor e felicidade no mundo é com ele. Eu só dou brinquedos. Por isso, este ano levas antes o carrinho de bombeiros e daqui a 20 anos logo se vê o que de dou.”


23 Dez 1987 (acho que o velho tá senil)
"Epá oh Pai Natal,
vamos lá a ver se nos entendemos. Em primeiro lugar não vou pedir nada ao menino Jesus, até porque era estúpido pedir algo a alguém que já quinou há cerca de 2000 anos.
Depois, eu quero ter o meu Mundo Catita, não já, mas por daqui a 20 anos. Até porque para já tenho de usar estas botas ortopédicas nada catitas que me deste no ano passado e me limitam os movimentos. Olha que bela mer** de prenda. Não me roubes o meu Mundo Catita, sim?”

"oh PAC,
és um pouco insolente. Se fosses meu filho já estavas a aviar uma nos queixos que te passava logo a pu** da birra. Levas o carro de bombeiros e é se não queres outro par de botas ortopédicas."


24 Dez 1987 (se o cab*** do velho se me aparece à frente leva uma fisgada nos cornos)
"Fo*****, oh meu gordo boiola,
não sois mais que uma figura imaginária desta sociedade hipócrita e consumista despojada de valores morais. Espero que te cancelem o contracto com a Coca-Cola e morras na penúria. E sabes que mais? Quero é que vás praticar o coito auto-infligido. Redime-te das botas ortopédicas e pensa nesse meu Mundo Catita, sim?”

"Meu fedelho mimado,
desta vez ultrapassas-te todas as marcas. Ai queres um Mundo Catita? Pois terás a mer** de um Mundo Catita em 2007 mas terás também outras prendas no sapatinho. Uma delas é uma vida demente e a pior de todas é seres arrastado pró Trumps pelo menos uma vez na vida. MUHAHAHAHAAAAA... quero dizer... OUH-OUH-OUH"


Mundo Catita – Natal 2007


(O gajo enganou-se. Não era bem isto que queria.)


Mundo Catita – Natal 1986 (1987 manteve a mesma toada)

sábado, dezembro 22, 2007

Espírito de natal



Palavras para quê? A melhor música de natal de sempre! Não havendo tempo para posts como deve ser, aqui fica um de acordo com a época, só para o blog não arrefecer. Se não podes vencê-los, junta-te a eles...

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Start A War

A pergunta é: O porquê deste vídeo dos The National?

A resposta será somente uma destas:

- Porque gostamos da espontaneidade do conceito dos Take Away Shows.
- Porque somos apreciadores de música ao vivo.
- Porque não nos cansamos das melodias intimistas e expressivas dos The National.
- Porque Boxer é certamente um dos álbuns de 2007.
- Porque a música é triste e muito UD.
- Porque as ideias e criatividade são imprevisíveis e nem sempre por cá aparecem.
- Porque por vezes vivemos no terror de não termos inspiração para nada mais.
- Porque não temos tempo para escrever algo mais do que estas míseras linhas.
- Porque não há um motivo aparente para ouvir boa música.

The National - Start a War, live @ Perpignon

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Wordsong - Opiário



Este é um dos temas que esperamos ouvir na próxima sexta-feira no concerto de Wordsong no CCB.
Os Wordsong são uma banda que reúne alguns nomes de várias bandas portuguesas como Rádio Macau ou Mler If Dada. Começaram por musicar poemas de Al Berto que resultaram no primeiro álbum, vendido em conjunto com o livro que compila os respectivos poemas. O segundo registo incide sobre Fernando Pessoa, tendo a edição a mesma forma do trabalho anterior.
Sendo um projecto inovador, único e interessantíssimo para uns, porém pretensioso e sobrevalorizado para outros, quem nunca os viu ao vivo tem sexta-feira a oportunidade de tirar as suas conclusões, podendo contar com um espectáculo multimédia e vários convidados, entre os quais se encontram Tó Trips e Flak.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Larkin Grimm


Foi na passada 6ª feira que Larkin Grimm nos visitou na ZDB.

Apresentou-se vestida de uma forma um pouco hippie, com uma voz poderosa e com uma enorme simpatia que conseguiu espalhar pelo público, fazendo mesmo lembrar uma versão feminina de Devendra Banhart.

Foi um concerto simples, intimista e à meia-luz, pois a dado momento pediu para apagar as luzes projectoras. Queria olhar para as pessoas. Cumprimentou os amigos que lá do fundo a escutavam e interagiu com a restante audiência através de um sotaque um pouco sulista americano.

O público é que não parecia querer interagir com Larkin Grimm, apesar da sua boa performance. Talvez não estivessem com estado de espírito para tal ou talvez porque poucos conheciam as suas novas canções do seu novo álbum. Mas o certo é que as suas longas e melódicas canções exigem de facto uma grande atenção e concentração por parte do público.

Independentemente disto, merece com certeza uma nova passagem por cá. Até lá podemos sempre ir descobrindo a sua música, as suas canções, a sua voz expressiva, os seus belos desenhos e as suas curiosas histórias.

Larkin Grimm – The Last Tree, live @ Bristol

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Como ser um UD perfeito

Quer ser um urbano-depressivo e não consegue? Não desespere, a solução está aqui:


Dirija-se já à farmácia mais próxima e compre o máximo de caixas de Champix que conseguir, antes que seja retirado do mercado! Se for fumador terá vantagem sobre qualquer outra pessoa, pois o estágio para UD consiste precisamente em tentar deixar de fumar com a ajuda destes comprimidos. A posologia recomendada pelo blog será de 1mg ao acordar e outro ao deitar nos dois primeiros dias. Ao terceiro dia volte a fumar o que lhe apetecer. Nos quarto e quinto dias retome aos comprimidos aumentando mais 1mg, ou seja, 3 comprimidos por dia. Ao sexto dia fume um maço de cigarros. Continue nesta rotatividade até acabar a primeira caixa de Champix, aumentando sempre um comprimido de cada vez que fizer a pausa de um dia para fumar.
Se não for fumador, tome na mesma o Champix, mas para compensar a falta do tabaco tente embebedar-se com Champomy nos dias de intervalo.
Entretanto vá alternando vastas vezes com o seguinte vídeo:



Ao fim de duas caixas de Champix ter-se-á tornado num verdadeiro urbano-depressivo, é garantido! Isto se ainda estiver vivo, uma vez que um dos efeitos secundários do Champix é precisamente a tendência para o suicídio - a vantagem é que se este efeito se revelar e você for fumador, também garantimos que não voltará a meter um cigarro na boca!
Qualquer dúvida é favor questionar na secção de comentários abaixo.

domingo, dezembro 16, 2007

1 Mês de Urbano-Depressividade

Apesar de fazer hoje 1 mês desde a inauguração deste espaço UD, importa dizer que este post não será de cariz comemorativo, pois UD que se preze não comemora estas datas insignificantes.

Iremos por isso fazer uma pequena crónica-cronológica-de-imagens para recordar a fatídica noite de 16 Novembro que viria a originar esta autêntica “convulsão na blogosfera” (sim sim “convulsão na blogosfera”. É que somos pretensiosos q.b. e orgulhamo-nos disso).

Mas porquê desvirtuar o equilíbrio UD dos mais recentes posts e não escrever algo um pouco mais artístico ou profundo sobre as motivações deste blog?

Em primeiro lugar porque nem os próprios autores conhecem essas motivações (até porque estavam embriagados quando tiveram a ideia).

Em segundo lugar porque não tenho particular jeito para escrever, porque ando nestes dias saturado de tanto escrever e por esse mesmo motivo tenho o meu pulso dorido (e não… não é porque me aliviei para o vaso das plantas, ok?).

16 Novembro, 19:37 – Na Viriato 25

Legenda: abertura das hostilidades com uma experiência radiofónica. Havia alguma censura à mistura, ali prós lados do blog da concorrência. A ideia começava a fermentar.

21:35 – Editors

Legenda: Um grande concerto! Não parece, mas é mesmo o Tom Smith dos Editors no Restelo. Este foi o motivo pelo qual os UD’s se reuniram.

01:10 – Tributo ao grande mentor UD

Legenda: Após o concerto, houve um tributo ao grande mentor UD. Na foto não se vê, mas do meu estendal de roupa também lá está pendurado o Ian Curtis e as minhas "ciroilas".

01:46 – A queda

Legenda: Um momento trágico-cómico (ou tralho) de um dos UD’s. Eu, que à data ainda não tinha deixado crescer o bigode, sou o que levo as mãos à cabeça, com pena de não ter visto a queda (e só por isso não me ri).

04:13 – A ideia

Legenda: “chocolate milk” é o mesmo que cerveja preta.

05:32 – O epílogo

Legenda: Fim da noite, ou quase… é que alguns UD’s decidiram que ainda haveriam de subir num balão. É uma experiência que custa entre 250 e 500 euros.

1 Mês depois, 13:45 – Como fazer o almoço com 7 ovos pintados?

Pelar os 2 tomates.




(espaço propositadamente deixado em branco para dar tempo de efectuar essa meticulosa operação)

Corta-los às fatias e coloca-los com 100g de fiambre num recipiente. Levar tudo ao forno 5 minutos a 220º. Partir os 6 ovos para uma tigela e raspar o outro ovo da bancada para essa mesma tigela (mas sem usar as mãos, não sejam badalhocos). Adicionar 125ml de natas e bater tudo. Juntar pimenta preta, sal e algumas ervas (ficando à vossa consideração quais).

Tirar o recipiente do forno com duas pegas (daquelas que se compram no Ikea e não das que se compram no Cais-Sodré) e verter os ovos com natas em cima do fiambre e dos tomates, previamente pelados.

Colocar tudo novamente no forno. Estará pronto em 20 minutos, ou caso se distraiam a ver a bola no sofá, estará pronto quando a cozinha se encher de fumo. Neste último caso, terão de abrir as janelas após usar o extintor.

Servir directamente do forno acompanhado de pão quente pelado (ou seja sem sementes, pois isso é deveras abichanado) e cortado aos triângulos com manteiga.

Bom apetite!

sábado, dezembro 15, 2007

Fecho das urnas

Se para alguns fechar uma urna é um trabalho corriqueiro (o pior mesmo é vesti-los), para nós foi uma experiência nova, resultado da nossa primeira votação popular iniciada a 30 de Novembro.

A votação tinha dois sentidos:

1 - Eleger o momento Urbano-Depressivo do mês de Novembro;
2 - Averiguar quantas pessoas perdem preciosos minutos da sua vida a consultar aqui o canto UD e da risota.

Quanto ao 2º ponto, concluí-se que já são 24(!!!) as pessoas que nos visitam (Avó, sua doida, divulgaste isto aí no centro de dia, não foi? Para uma audiência tão grande só pode ter sido isso.)

Já o momento UD do mês de Novembro vai para o filme Control de Anton Corbijn.
Parabéns ao vencedor! E o nosso obrigado a quem nos visita.

Cheers!


Um post UD, finalmente!

Depois da brincadeira do post anterior, tentemos despir a veste galhofeira que insistimos usar para escondermos o que realmente somos.
Se o My Way de Frank Sinatra vos remete para o tema da glorificação que cada um gostaria de ter como resumo de vida, creio que toda essa ideia pode cair por terra depois de entrarmos em contacto com o que quero partilhar agora e que me parece ser bem mais real…

Contrapondo Luís El Mau

Portugal anda a reboque?
Quem se lembrou primeiro de promover uma banda? David Lynch ou Manoel de Oliveira? É certo que não temos uma resposta acertiva a esta pergunta.
Se falarmos de Peste & Sida não há dúvidas que estes andaram a reboque do estrÁngeiro ao tocarem temas de Madness e The Pogues traduzidos para português.
E Xutos & Pontapés? O tema À Minha Maneira, grande hino de uma geração (?)... será que foi criado a reboque de algum estrÁngeiro? Claro que sim! E de quem? perguntam vocês:



Certo? Claro, mas só porque Sid Vicious fez uma cover deste tema de Frank Sinatra.
Mas desengane-se quem pensa que andamos sempre a reboque, pois os grandes nomes da música internacional também se inspiram em nós! Ora analisem bem os dois temas que se seguem:



(este serviu também para mostrar o provável pior vídeo de sempre)



Não me venham com demagogias. Eu amo Jeff Buckley tal como vocês. No entanto, não podem contestar que o tema E Depois do Adeus do Paulo de Carvalho é fortemente inspirador!

sexta-feira, dezembro 14, 2007

3.º lugar do pódio - Inesinho


Radiohead on Tour

Então e eu? Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai a Barcelona. E como é Natal, estimados leitores deste blog, o meu NIB é 0007.0021.002501800003.77, onde poderão dar a vossa pequena ajuda (vá lá, ajudar a Casa do Gil ou a Ajuda de Berço está mais do que batido) e contribuirem para a felicidade de uma urbana-depressiva.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

2.º lugar do pódio - Luiselmau


Silence4ever

Como sabemos, Portugal é um país que gosta de andar a reboque.
Depois de algumas aparições publicas, pouco divulgadas ou mesmo ouvidas, eis que à semelhança do que aconteceu com o realizador de cinema norte americano David Lynch, também Manoel de Oliveira lança para a ribalta dos holofotes uma banda, até então praticamente desconhecida, de música portuguesa. Os Silence4ever.
No mês passado em entrevista a uma revista de cinema, à pergunta sobre que música ouvia Manoel de Oliveira, eis que o realizador responde Silence4ever.
O entrevistador (bem como muito provavelmente a maioria dos leitores) ficou perplexo, nunca tinha ouvido falar de tal banda.
ElMau foi investigar e tem o prazer de em primeira-mão apresentar ao mundo a banda apadrinhada pelo realizador Manoel de Oliveira.
Silence4ever é um projecto de Maria Caladinha e Paulo Mudo, dois amigos de infância que se conheceram na sala de espera de um médico especialista em enxaquecas.
Após este primeiro encontro e com a intenção de fomentar uma amizade, Paulo Mudo convidou Maria Caladinha para terem aulas de música juntos na escola minimalista, situada no beco do nada, a colcheia niilista.
Assim nasceu uma forte ligação pessoal e artística, bem patente nos dois registos existentes no mercado deste duo, que promete revolucionar a música mundial.
A primeira vez que os Silence4ever foram para estúdio, após longas semanas de composição, gravaram o EP intitulado Silêncio. Um registo impressionante de perseverança, o EP tem apenas uma faixa de 30 minutos, onde se pode ouvir um maravilhoso acorde de dó tocado a dois dedos, um da mão direita de Maria Caladinha e outro da mão esquerda de Paulo Mudo (Paulo Mudo é canhoto, como se pode verificar na forma como toca piano). Sobre este EP, temos o prazer de informar que Manoel de Oliveira pretende inclui-lo no seu próximo filme, na íntegra, numa cena onde se vê uma mulher a acordar pela manhã.
O segundo registo gravado da dupla é ainda mais revolucionário. É o primeiro LP da banda e tem como título “chiu!”. São sete faixas, num total de 55 minutos de música, onde só se ouve silêncio. Não nos foi possível saber ou perceber que instrumentos tocam quer Maria Caladinha quer Paulo Mudo neste álbum. Conseguimos no entanto, entrar em contacto com uma fonte que pretende manter o anonimato e que nos disse que tanto a Maria como o Paulo são grandes admiradores do cinema português, não só do cinema de Manoel de Oliveira como também de João César Monteiro e que este primeiro LP da banda tem como grande fonte de inspiração o filme Branca de Neve.
Ao que parece, no seguimento do EP previamente editado, este LP teria na sua primeira faixa o mesmo maravilhoso acorde de dó, seguido de outros, o de ré, mi, fá, sol, lá e finalmente para terminar o de si.
Após a gravação das sete faixas o duo decidiu apagar tudo e gravar apenas silêncio, mais palavras para quê?
Faça-se silêncio que se vai ouvir o silêncio.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Stairway to Heaven

Foi esta 2ª feira que Londres assistiu à grande reunião dos Led Zeppelin. Um milhão de pessoas tentou adquirir um ingresso, mas apenas alguns milhares foram contemplados com tamanha (e cara) sorte.

Confesso ter tentado adquirir o meu bilhete, mas cedo desisti. Não pelo preço astronómico, mas sim porque à 2ªfeira nunca iria perder o Prós-e-Contras com a Fátima Campos Ferreira.

Restará agora saber se Robert Plan pretende repetir a receita de 2ª feira e iniciar uma nova digressão. Que ao menos não se esqueça de nós.

Apenas mais duas pequenas notas:

1 – Como podem perceber pelo início do vídeo (esquecendo aquelas duas torres), este concerto não é do de Londres pois ainda não há direitos legais para disponibilizar as imagens.

2 – Não fotografei os meus próprios boxers, pois não sou assim tão demente. Ou será que... fotografei aqueles lá em cima??

terça-feira, dezembro 11, 2007

1.º lugar do pódio - Amelinha



O Dia da Minha Morte

Acordou com a cara molhada e levou imediatamente as mãos aos olhos para os limpar. Ainda perdida naquela languidez natural dos primeiros minutos de consciência, percebeu que chorava e sorria ao mesmo tempo. Não era a primeira vez que via assim tudo tão nítido, tão real. Já o tinha projectado acordada, uma, e duas e muitas vezes. E aí sim, era completamente manipulável. Resistia ao choque, colocava este e aquele um pouco mais infidavelmente infelizes e desconstruia tudo logo a seguir. Choravam todos, alguns até pareciam despedaçados. Vestiam de negro e mantinham os óculos escuros na cara. Havia flores e aquele cheiro nauseambundo, como num funeral normal. E depois eles iam para casa e viviam as suas vidas normais. Não lhes fazia falta. Não lhe sentiam a falta. Tudo era igual ao que sempre era. Com a diferença que perderam um ou dois dias de trabalho em convivio social na cave da igreja. Esteve lá o padre, elas levaram as violas e conseguiram entoar um cântico como antigamente e naquelas horas foram amigos todos outra vez. Confortaram a minha mãe, pobre mãe. Preocupada com os meus filhos e com os filhos deles, ficou viúva e orfã e desamparada e tudo ao mesmo tempo. Ainda bem que morri primeiro. O pior de tudo deve ser perder um filho, não é mãe?
Ainda de olhos fechados, recordei aquele tormento que é ter um filho. Será mais doloroso tê-lo ou perdê-lo. Um doi de morte. O outro não quero nem saber. Ela disse-me antes de ir para a maternidade e é verdade. "Agora, vais ver o que é amor de mãe!" Disse-o quase como quem diz, "come que te faz bem!", ou "agasalha-te que arrefece!". Disse-o porque sabia que era dona dessa verdade e que era a melhor coisa que me poderia dizer naquela altura. Como se me quisesse aliviar as dores, como se me quisesse fazer crer que se pudesse tinha ela as contracções por mim. A verdade é que, depois daquele tormento, esgotada, infeliz, dorida, assustada... depois disso tudo eu percebi finalmente o que aquelas palavras queriam dizer. Mas vale de quê? Eles depois fazem-se, criam laços, querem ser independentes e procuram o oposto do que lhes queremos dar.
Foi isso que aconteceu comigo e no dia em que quis voltar atrás já estava lá a distância quase impossível de ser percorrida. E, quando isso acontecia, quando acontecia visualizar aquele momento de dor tinha pena da mãe, de não lhe ter dado mais e ainda por cima ter-lhe causado aquele desgosto.
Ali estava ela. Parecia sincera. Eu sabia que ela estava a ser sincera. Se havia alguém que me podia chorar era ela. Era também por isso que, mesmo não comendo nada nos dias seguintes, se preocuparia em que nenhum deles se acomodasse à fome. Serviria-lhes qualquer coisinha, uma canja, ou algo mais saboroso. "E se fizesse um frango de fricassé?" Alguém encolheria os ombros na secreta esperança que estivesse a falar a verdade, mas no descaso não se sentisse obrigado ainda a descacar batatas para fritar. Viriam todos para a mesa à hora certa, que naquela casa sempre se comeu a horas, ou até um bocadinho antes, para à hora se estar em frente à televisão. No tempo do meu pai, cada um via o que queria. Cada quarto tinha uma televisão. Invarialvelemente ele ficava na sala, no seu lugar ao sofá, comando na mão a mudar entre os três canais de desporto que tinha. Ela acabava por ficar no banco duro da cozinha, porque se sentasse comodamente o sono vinha mais depressa e não apanhava nada do episódio da telenovela. Gostava de acompanhar os dramas exagerados das personagens mal interpretadas daquilo a que um dia chamaram a ficção portuguesa. Eu acabava por lhe perguntar de passagem quem é que encornava quem (porque sabia que tinha de haver sempre um corno e isso era talvez o que poderia dar um toque de realidade áquilo), ela até se entusiasmava a dizer que fulano gostava de sicrano mas este era um grandessissimo filho da mãe que só queria putas e moinice. Claro que ela não usava estes termos. Eu é que tentava apimentar a coisa para a tornar um pouco mais ordinária. Mas ela não ia em cantigas e mudava de mão de apoio à cabeça descaída. Se pasasse lá a seguir já estava de olhos fechados e se lhe perguntasse, asseguraria que estava a ouvir, só descansava os olhos.
Foi numa dessas noites, nesses encontros tardios na cozinha da sua casa, numa altura em que regressei e vivi lá uns meses, que vi uma cena de um funeral numa daquelas telenovelas que me transportou para o meu. Ela levantou-se para me oferecer algo, não podia deitar-me de estômago vazio e com o copo de leite na mão eu subi ao cimo daquele núvem, como fazia na minha adolescência, e fiquei a ver a cena cá em baixo. Dei-lhe uma desculpa qualquer para não comer a torrada e enfiei-me no meu quarto para poder viver aquele momento como ele merecia ser vivido, com toda a pompa e circunstância.

(continua, um dia)

A Outra Margem



Só mais uma referência a Amarante (já perceberam que gostei de conhecer esta cidade). Deixo-vos aqui um muito pequeno excerto do filme A Outra Margem com imagens de Amarante. É dos melhores filmes portugueses que vi, se não viram tratem de mudar isso! Vi-o como um filme sobre a normalidade de quem à primeira abordagem é "diferente" e sobre a (in)capacidade dos "normais" lidarem com quem acham que são os diferentes. Podia dizer muita coisa mas podemos discutir ali nos comentários, se quiserem.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Regresso atribulado

Foi precisamente neste local que o meu sereno regresso à Urbe foi interrompido!...
Vai uma pessoa passar uns dias longe do rebuliço citadino e eis que quando está a voltar para a urbano-depressividade o seu bólide estrebucha e recusa-se a regressar por si!

Já não chegava ter tido a visita matinal da Xica (aquilo que segundo o Nelo é o castigo que a gaja tem por não querer trabalhar*), e ainda tenho que passar horas à espera do senhor do reboque que, por sua vez, recebeu mal as indicações da seguradora (leia-se “forma legal de roubar dinheiro aos automobilistas”)!
(*http://www.youtube.com/watch?v=2SfK72wp75c)

O que se pode fazer enquanto se espera? Para além de ter uma discussão com o bólide e tirar fotos com o telemóvel para mais tarde recordar, dá também para pensar em tudo, até no blog! Aproveita-se portanto a serenidade de uma berma de auto-estrada para decidir qual dos três posts vencedores do concurso eleger. É então com agrado que concluo que os três merecem ser publicados.
Fiquem portanto atentos, pois a qualquer momento verão aqui publicadas três grandes pérolas da blogosfera!

Isto dos concursos até tem a sua piada! Como tal deixo-vos uma fotografia de um dos locais onde estive estes dias para que adivinhem onde é. O prémio logo se vê o que há-de ser. Atenção que as pessoas que já sabiam onde eu iria não podem concorrer!!!


Pista - É em Portugal.

domingo, dezembro 09, 2007

Heather Duby

Também conhecida como a Seattle Songbird, as melodias de Heather Duby conjugam a electrónica ao piano, ou a bateria aos violinos, isto sem esquecer a sua voz charmosa e sensual.

“Come Across The River” data já de 2003, e por cá, parece ter sido ignorado pela crítica e esquecido pelas rádios.

Aqui fica “Make me Some Insomnia” e "Providence" para ouvir Em-Repeat num qualquer Domingo triste e sombrio.

boomp3.com

boomp3.com

sábado, dezembro 08, 2007

Devaneios de uma mente doentia

A sócia Maura não está por cá. Compete-me a mim regar as plantas e limpar o pó aqui ao estaminé.

Parece-me por isso que esta é a oportunidade de ouro para fugir à temática do blog e falar daquilo que os homens realmente falam quando não há mulheres por perto. Exacto… Carros, Futebol e Gaijas.

Ora topem-me só este menino:

SADO 550. O Smart português. Fabrico e concepção 100% nacional em 1982.
Debita uns impressionantes 28 cavalos de potência. Vai dos 0 aos 100 em…vá lá… 2, 3 minutos.

Privilegia a segurança, de tal forma que a tendência dos seus ocupantes é para, na primeira curva, se agarrar a tudo quanto é sitio e apelar à intervenção divina.

Foi um sucesso estrondoso em 1982 (mas temos de dar desconto, dado que os chefes de família que os adquiriram, os nossos pais, eram os mesmos que tomavam substâncias alucinógenas nos loucos anos 60/70).


E o nosso Benfica? Este ano vamos lá com o Camacho? Talvez, mas a equipe é que é muito jovem. Ainda o outro dia um dos jogadores (Freddy Adu) dizia “Estou a tornar-me homem.”

Então?!!... mas será que ele não é homem?! Querem ver que há outro caso como o(a) filho(a) do Néné? Para mim ele frequenta o Trumps de certeza.

(é impressão minha ou o Coluna –4º em baixo a contar da esquerda– está na posição de "defecar à caçador" ?)


E Gajas! Sabem aquela de duas loiras que passeavam numa floresta e... hã? Há menores a ler este blog? Tenho de transmitir os bons valores morais aos homens de amanhã? Tal como a instituição da Família e do Casamento?

Pronto... tá bem pequenada, o tio PAC mostra-vos uns desenhos animados em relação ao tema.


Só mais uns últimos tópicos (até porque depois disto tenho a impressão que será a última vez que me deixam cá escrever):

Uma discussão filosófica e nada fútil: a cerveja preta faz barriga ou não?! Eu digo que sim, mas muitos dizem-me que não. Afinal em que ficamos?



E porque é que considero o JP Simões um peralvilho?

Fica aqui a definição do dicionário:

s.m. Homem que tem ridículas pretensões a elegante; janota, peralta, casquilho, almofadinha.


(Regressando a sócia, voltará a imperar o bom senso e voltaremos à temática UD. Já chega de parvoíce, risota parva, deboche e insultos escamoteados e gratuitos ao JP Simões.)

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Eu cá não sou supersticioso…

Nem sei se o pai dela dá-me azar, mas isto começa a ter deliciosos contornos trágico-cómico-urbano-depressivos.

Assim, aqui fica a sinopse de mais uma noite urbano-depressiva, apesar do adiantar da hora (e perceberão o porquê):



Acto 1: O JP

Quinteto Tati no Music-Box? Alto! STOP! Afinal parece que só para os VIP com convite. Tudo bem… só não se percebe como é que JP Simões se deixou alinhar nessa festa neo-fascizoide.

Bolas, então a malta deixa crescer a barba à-lá revolucionário marxista, usa óculos e bóia à-lá intelectual de esquerda, usa piercings e pins no casaco e tu fazes-nos uma desfeita destas? Não há direito, que diacho. Azar!!!

Bom, a solução? Afogar as mágoas no balcão de um qualquer bar, ou ver Pontos Negros?




















Acto 2: os Pontos Negros

Sem dúvida o grande momento da noite e que merecerá mais destaque num post mais lá para Janeiro. Este quarteto de Queluz fez-nos pensar que afinal “rock & roll is alive” quando a dado momento Jonatas rodopiou no chão com a sua guitarra em transe. Tocaram inclusive a cover Supersticioso dos Heróis do Mar, deveras apropriada à noite.

Contudo, o tema preferido para a urbano-depressão (Funeral) fizeram questão de não o tocar. Azar!!!

E o local do concerto? Faculdade de Psicologia não lembra a ninguém. Muito menos a quem jurou nunca mais lá por os pés (out-of-context: no hard feelings, espero que a praga que roguei da conjuntivite nos olhos já tenha passado e… até nunca mais).

















Acto 3: o Campeão

O Campeão é um jovem com 9 anos (e inspecção em dia) que de vez em vez gosta de pregar partidas. Que diabo, bem sei que te deram hoje uma marrada no para-choques (e logo na Faculdade de Psicologia), mas isso era motivo para me parares no Campo Grande por falta de gásóile? Phone-ix, que começo a ficar sem paciência para as p*** das tuas birras. Azar!!!















Acto 4: o momento de Reflexão

O que fazer às 2h30 enquanto se espera pela assistência em viagem (para além de ouvir a RadaR)? Humm…. reflectir?! E reflectir se tudo isto não passará de uma experiência laboratorial desse senhor intitulado de Deus Nosso Senhor (Senhor da parte do pai, e Nosso da parte da mãe). E bem a propósito, um iluminado qualquer deixou-me isto no correio. É que parece que Esse cavalheiro atende no seu escritório aos Domingos a partir das 10h30, ali para os lados de Alvalade. Vou lá e Esse barbudo vai-me ouvir das boas…











(espaço em branco deixado propositadamente... para reflectir e praguejar um pouco)

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Quinteto Tati



"Suor e Fantasia" no mínimo é o que teremos esta noite no Music Box! No máximo esperamos conseguir levitar sobre o Tejo! Quem quer tentar?

quarta-feira, dezembro 05, 2007

E o vencedor é...

Aqui está o troféu dos vencedores. E porquê vencedores no plural? Porque hoje estou com uma grande neura e não me sinto capaz de escolher só um (é uma desculpa UD para "tenho mais que fazer"). É certo que o inesinho foi o primeiro a acertar e por isso seria justo ser ele o vencedor. Mas, como hoje não impera a justiça, lá terei que incluir o luiselmau e a amelinha nesta fase eliminatória - ah pois! Pensavam que agora iam os três publicar um post neste blog? Já agora... era o que faltava! A fase seguinte consiste em cada um dos três felizardos enviarem até dia 8 (sábado) para o e-mail do blog (que está ali ao lado) o post que querem publicar - pode incluir, para além de texto, um vídeo ou uma imagem qualquer (evitem a pornografia e a violência gratuita pois há menores neste blog). O tema é o que vocês quiserem desde que de alguma forma esteja ligado à urbano-depressividade!! Dia 9 o conselho de administração do blog reunirá para eleger o melhor post e assim que possível este será publicado. Sejam criativos! ;)
The music that counts, há um prémio de consolação para ti por não teres acertado - um convite para o concerto de Quinteto Tati amanhã no Music Box (lol)!

terça-feira, dezembro 04, 2007

69

Final de Ano, início de retrospectiva.

É assim em todo o lado. Aqui podia ser a excepção, mas não quero que o seja. Assim sendo, aqui fica a nossa retrospectiva musical com a selecção dos melhores 69 álbuns de 2007 (listados por ordem alfabética). E a avaliar pela pequena lista, pode dizer-se que a música UD está bem e recomenda-se.

Qual deles ficará no topo da pirâmide?

1. !!! - Myth Takes
2. Adriano Correia de Oliveira (tributo) - Adriano, Aqui e Agora
3. Air - Pocket Symphony
4. Andrew Bird - Armchair Apocrypha
5. Arcade Fire - Neon Bible
6. Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare
7. Au Revoir Simone - The Bird Of Music
8. Beirut - The Flying Club Cup
9. Bird and The Bee - The Bird and The Bee
10. Black Rebel Motorcycle Club - Baby 81
11. Bloc Party - A Weekend in the City
12. Blonde Redhead - 23
13. Chromeo - Fansy Footwork
14. Cinematics - A Strange Education
15. Clã - Cintura
16. Clap Your Hands Say Yeah - Some Loud Thunder
17. Cold War Kids - Robbers & Cowards
18. David Fonseca - Dreams In Colour
19. Dead Combo - Guitars From Nothing
20. Editors - An End Has a Start
21. Feist - The Reminder
22. Feromona - Mau Comportamento
23. Fink - Distance And Time
24. Go! Team - Proof of Youth
25. Good, The Bad & The Queen - The Good, The Bad & The Queen
26. Iliketrains - Elegies to Lessons Learnt
27. Interpol - Our Love to Admire
28. Jorge Palma - Voo Nocturno
29. José González - In Our Nature
30. Joseph Arthur - Let's Just Be
31. Josh Rouse - Country Mouse City House
32. JP Simões - 1970
33. Killers - Sam's Town / Sawdust
34. Kings of Leon - Because of the Times
35. Klaxons - Myths Of The Near Future
36. Lavender Diamond - Imagine Our Love
37. LCD Soundsystem - Sound of Silver
38. Liars - Stumm 287
39. Logh - North
40. Loney, Dear - Loney, Noir
41. Low - Drums and Guns
42. Maximo Park - Our Earthly Pleasures
43. Micro Audio Waves - Odd Size Baggage
44. Midnight Juggernauts - Dystopia
45. Modest Mouse - We Were Dead Before the Ship Even Sank
46. National - Boxer
47. Neil Young - Chrome Dreams II
48. New Young Pony Club - Fantastic Playroom
49. Nine Inch Nails - Year Zero
50. Of Montreal - Hissing Fauna, Are You the Destroyer?
51. P.J. Harvey - White Chalk
52. Panda Bear - Person Pitch
53. Patrick Wolf - The Magic Position
54. Prin' La Lá - Esto Es... Prin' La Lá
55. Queens of the Stone Age - Era Vulgaris
56. Radiohead - In Rainbows
57. Richard Hawley - Lady`s Bridge
58. Rilo Kiley - Under The Blacklight
59. Rufus Wainright - Release The Stars
60. Sambassadeur - Migration
61. She Wants Revenge - This Is Forever
62. Shins - Wincing the Night Away
63. Spoon - Ga Ga Ga Ga Ga
64. Thrills - Teenager
65. Tiago Bettencourt & Mantha - O Jardim
66. Voxtrot - Voxtrot
67. White Stripes - Icky Thump
68. Wilco - Sky Blue Sky
69. Wraygunn - Shangri-La

(se faltar algum bom álbum na lista podem comentar, dizendo "PAC és um asno porque falta o álbum ...")

Votação Finalizada em 26/12/2007