Imitação da Vida

Our wedding day and the day we die are the great events of life. (Juanita Moore no papel de Annie Johnson moribunda)

Esta foi a frase que retive do filme Imitation of Life de Douglas Sirk. Passo a parte do casamento mas quanto ao funeral, se eu não estiver muito animada, comemorem por mim!

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Mário de Sá-Carneiro (excerto do poema Fim)

Podia ter ficado a pensar em muitos outros momentos de um filme tão rico na abordagem de temas femininos, como a amizade e a emancipação, ou de cariz sociológico, como o racismo e a (auto)discriminação, entre outros. O filme é de 1959 e é assustador pensar que as mentalidades se mantêm exactamente na mesma 50 anos depois! Ora vão lá confirmar, está no Nimas.
Só continuo a questionar como é possível ter a raça negra como menor quando dela surgem pérolas destas:



(Que coincidência, estava a usar um perfume cujo anúncio teve em tempos esta música da Nina Simone como banda sonora!)